Engana-se quem acha que, para aliviar os sintomas do climatério, consumir bebidas alcoólicas ajuda. Não mesmo. Aliás, em nenhuma fase da nossa vida, o consumo de álcool é recomendado, muito menos a partir dos 40 anos, quando a qualidade de vida e bem-estar exigem mudança de hábitos. Para as quarentonas, o correto é eliminar o álcool, os alimentos ultraprocessados e industrializados, e passar a consumir frutas, vegetais e cereais integrais, além de fazer exercícios físicos regularmente.
Mas se eu quiser continuar consumindo bebidas alcoólicas depois dos quarenta anos, quais são os prejuízos? Vamos te contar alguns!
As bebidas alcóolicas na menopausa podem ser gatilhos para aumentar a intensidade dos fogachos, piorando o desconforto térmico. Dores de cabeça são um sintoma comum no climatério e algumas bebidas podem piorar o problema, tornando as enxaquecas mais frequentes. O álcool desregula o sono e a dificuldade para dormir já é um problema frequente para as mulheres no climatério.
No climatério, as mulheres engordam, em média, 5 quilos e muitas percebem alterações no colesterol e glicemia. Esse é mais um motivo para não consumir bebidas alcoólicas, que tem elevado teor calórico. O consumo de bebidas alcoólicas por mulheres na menopausa está associado a uma maior prevalência de sarcopénia, que consiste na perda de massa e força muscular, o que afeta o equilíbrio, a marcha, bem como a capacidade geral de desempenhar as tarefas do dia-a-dia.
O consumo de álcool na pós menopausa é fator de risco conhecido para o desenvolvimento de câncer de mama. Mesmo uma quantidade considerada pequena de 10 a 20 gramas ao dia (um drinque) já tem associação estatisticamente significativa, com um risco aumentado em 22%. A ingestão média de álcool acima de 20 gramas ao dia está relacionada a um risco ainda maior, aumentado em 33%.
Os efeitos do consumo de álcool associados à reposição hormonal também têm efeito aditivo na associação com o câncer de mama. Dentre as mulheres com uso de reposição hormonal por mais do que 5 anos e que ingerem uma média de 10 a 20 gramas por dia há um aumento no risco de desenvolvimento de câncer de mama em 90%, e as que ingeriram uma quantidade maior do que 20 gramas ao dia tiveram um risco aumentado em 99%, ou seja, tiveram praticamente o dobro de risco de desenvolvimento da doença. Segundo estudos, o maior risco de câncer de mama devido a associação dos dois hábitos pode ser devido a um aumento nos níveis de estrógeno sanguíneo, que é causado tanto pela reposição hormonal quanto pelo consumo de álcool.
Referência: www.cisa.org.br
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A Associação de Alcoolismo Feminino existe para ajudar mulheres em sofrimento pelas consequências de seu modo de beber, por meio de um espaço de acolhimento, compaixão e respeito, sem julgamentos nem preconceitos.
Se você precisa de ajuda ou quer contribuir com nosso projeto, entre em contato conosco pelo site: www.associacaoaf.org/queroajuda.
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